Pronunciamento em rede nacional do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na noite anterior da quarta-feira (27/2024) trouxe um roteiro breve a respeito da campanha à reeleição do presidente Lula em 2026.
Apresentou uma economia como eixo principala das conquistas do governo Lula a serem apresentadas ao eleitor juntamente com comparações de dados do governo atual com os anteriores. Embora o Dólar em crescente e as taxas Selic estejam altas neste momento 28/011/2024

Mais além o ministro cita um crescimento do país “de forma consistente”, o desemprego “que castigava no período anterior, está entre os mais baixos da história” e a volta do “ganho real do salário mínimo”.
Com combate à privilégios, um discurso totalmente eleitoral é citado por três vezes na fala de Haddad, o então ministro.
Informou que no passado, “a falta de justiça tributária manteve privilégios para os mais ricos”; e que “o combate a privilégios e sonegação nos permitiu melhorar as contas públicas” que “as medidas também combatem privilégios incompatíveis com o princípio da igualdade”, uma referência à expectativa de aprovar o projeto que combate os supersalários.
É o “Brasil Mais Forte. Governo eficiente. País justo”, esse foi o lema apresentado no perfil do governo do YouTube antes de se pronunciar.
Outra, o que chama atenção de forma comparativa par o viés eleitoral do pronunciamento é a comparação frequentemente com o passado, talvez comparando com o governo passado.
Haddad informa que “o Brasil recuperou o tempo e o espaço perdidos”, “voltou a ocupar seu lugar de destaque no mundo”, e que o “desemprego, que castigava nossa gente no período anterior”.
Também ressalta que, “no passado recente, a falta de justiça tributária manteve privilégios”, que “já devolvemos ao trabalhador e à trabalhadora o ganho real no salário mínimo”, “esse direito, esquecido pelo governo anterior, retornou com o presidente Lula”, que “vamos aperfeiçoar os mecanismos de controle, que foram desmontados no período anterior” e que “o Brasil de hoje não é mais o Brasil que fechava os olhos para as desigualdades e para as dificuldades da nossa gente”.
Chama a atenção a forma como as conquistas econômicas e as comparações com o passado aparecem muito mais do que os programas sociais que foram ou revitalizados ou anunciados no governo Lula 3, mostrando que a economia mesmo é que deve embalar o discurso oficial em 2026.
Bastante questionável a forma em que fala de conquistar econômicas, embora tendo um cenário totalmente pior do que o governo passado, esse discurso tenta abafar um pouco a verdadeira situação em que o Brasil se encontra, levando a uma crescente piora na economia.
Atualmente, 28/11/2024, o Dólar em comparação ao Real brasileiro, USD/BRL, chegou na marca de 5,98, um dos piores cenários batendo récorde históricamente, conforme o quadro abaixo.

Mais a frente continua o ministro dizendo que “Programas como o Minha Casa, Minha Vida e Farmácia Popular ganharam um novo impulso. E novos programas como o Pé-de-Meia, o Desenrola e o Acredita chegaram para combater a evasão escolar, ajudar as pessoas a recuperarem o crédito e apoiar quem quer empreender”, disse Haddad.
Tudo isso com música ao fundo, a bandeira do Brasil ao lado esquerdo de Haddad e a fotografia de Lula ao fundo. Só falta chegar 2026.
Veja o pronunciamento completo:
“Queridos brasileiros, queridas brasileiras, boa noite! Nos últimos meses, trabalhamos intensamente para elaborar um conjunto de propostas que reafirmam nosso compromisso com um Brasil mais justo e eficiente. Este não é um esforço isolado do governo do presidente Lula, mas uma construção conjunta, que busca garantir avanços econômicos e sociais duradouros.
Hoje, temos sinais claros de que estamos no caminho certo. O Brasil não apenas recuperou o tempo e o espaço perdidos, mas voltou a ocupar seu lugar de destaque no mundo, entre as dez maiores economias. Agora, crescemos de forma consistente, com um PIB superior a 3% ao ano. O desemprego, que castigava nossa gente no período anterior, colocando milhões de famílias abaixo da linha de pobreza, hoje está entre os mais baixos da nossa história.
Mais famílias estão voltando a ter renda e trabalho dignos. Garantimos reajustes reais para o salário mínimo e aumentamos a faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até dois salários. Programas como o Minha Casa, Minha Vida e Farmácia Popular ganharam um novo impulso. E novos programas como o Pé-de-Meia, o Desenrola e o Acredita chegaram para combater a evasão escolar, ajudar as pessoas a recuperarem o crédito e apoiar quem quer empreender.
O combate a privilégios e sonegação nos permitiu melhorar as contas públicas. Se no passado recente, a falta de justiça tributária manteve privilégios para os mais ricos, sem avanços na redistribuição de renda, agora arrecadamos de forma mais justa e eficiente. Cumprimos a lei e corrigimos distorções. Foi assim com a tributação de fundos em paraísos fiscais e fundos exclusivos dos super-ricos.
Mas sabemos que persistem grandes desafios. Diante do cenário externo, com conflitos armados e guerras comerciais, precisamos cuidar ainda mais da nossa casa. É por isso que estamos adotando as medidas necessárias para proteger a nossa economia. Com isso, garantiremos estabilidade e eficiência e asseguraremos que os avanços conquistados sejam protegidos e ampliados.
Já devolvemos ao trabalhador e à trabalhadora o ganho real no salário mínimo. Esse direito, esquecido pelo governo anterior, retornou com o presidente Lula. E com as novas regras propostas, o salário mínimo continuará subindo acima da inflação, de forma sustentável e dentro da nova regra fiscal.
Para garantir que as políticas públicas cheguem a quem realmente necessita, vamos aperfeiçoar os mecanismos de controle, que foram desmontados no período anterior. Fraudes e distorções atrasam o atendimento a quem mais precisa. Para as aposentadorias militares, nós vamos promover mais igualdade, com a instituição de uma idade mínima para a reserva e a limitação de transferência de pensões, além de outros ajustes. São mudanças justas e necessárias.
Para atender às famílias que mais precisam, o abono salarial será assegurado a quem ganha até R$ 2.640. Esse valor será corrigido pela inflação nos próximos anos e se tornará permanente quando corresponder a um salário mínimo e meio. As medidas também combatem privilégios incompatíveis com o princípio da igualdade. Vamos corrigir excessos e garantir que todos os agentes públicos estejam sujeitos ao teto constitucional.
Juntos com o Supremo Tribunal Federal e o Congresso Nacional, aprimoramos as regras do orçamento. O montante global das emendas parlamentares crescerá abaixo do limite das regras fiscais. Além disso, 50% das emendas das comissões do Congresso passarão a ir obrigatoriamente para a saúde pública, reforçando o SUS.
Essas medidas que mencionei vão gerar uma economia de R$ 70 bilhões nos próximos dois anos e consolidam o compromisso deste governo com a sustentabilidade fiscal do país. Para garantir os resultados que esperamos, em caso de déficit primário, ficará proibida a criação, ampliação ou prorrogação de benefícios tributários.
Combater a inflação, reduzir o custo da dívida pública e ter juros mais baixos é parte central de nosso olhar humanista sobre a economia. O Brasil de hoje não é mais o Brasil que fechava os olhos para as desigualdades e para as dificuldades da nossa gente. Quem ganha mais deve contribuir mais, permitindo que possamos investir em áreas que transformam a vida das pessoas.
Reafirmamos, portanto, nosso compromisso com as famílias brasileiras: proteger o emprego, aumentar o poder de compra e assegurar o crescimento sustentável da economia. Exatamente por isso, anunciamos, hoje, também a maior reforma da renda de nossa história. Honrando os compromissos assumidos pelo presidente Lula, com a aprovação da reforma da renda, uma parte importante da classe média, que ganha até R$ 5 mil por mês, não pagará mais Imposto de Renda.
É o Brasil justo, com menos imposto e mais dinheiro no bolso para investir no seu pequeno negócio, impulsionar o comércio no seu bairro e ajudar a sua cidade a crescer. A nova medida não trará impacto fiscal, ou seja, não aumentará os gastos do governo. Porque quem tem renda superior a R$ 50 mil por mês pagará um pouco mais. Tudo sem excessos e respeitando padrões internacionais consagrados.
Você sabe: essa medida, combinada à histórica Reforma Tributária, fará com que grande parte do povo brasileiro não pague nem Imposto de Renda e nem imposto sobre produtos da cesta básica, inclusive a carne. Corrigindo grande parte da inaceitável injustiça tributária, que aprofundava a desigualdade social em nosso país.
Queridos brasileiros e brasileiras, as decisões que tomamos, a partir de hoje, exigem coragem, mas sabemos que são as escolhas certas porque garantirão um Brasil mais forte, mais justo e equilibrado amanhã. Tenham fé de que seguiremos construindo um país onde todos possam prosperar pela força de seu empenho e trabalho. Saibam que o governo do presidente Lula é parceiro de cada família brasileira nessa caminhada.
Com um governo eficiente, estamos construindo um Brasil mais forte e mais justo. Muito obrigado e boa noite.”