A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmou nesta sexta-feira (20) que o bombardeio israelense à usina nuclear de Arak, também conhecida como Khondab, causou danos significativos em estruturas importantes da instalação.

Prédios atingidos e unidade de destilação danificada

Inicialmente, os danos não eram visíveis, mas uma avaliação posterior da AIEA identificou estruturas comprometidas, incluindo a unidade de destilação da Usina de Produção de Água Pesada.

“Apesar dos danos não serem aparentes à primeira vista, foi constatado que partes essenciais da usina foram afetadas”, afirmou a agência.

Irã acusa Israel de violar princípios da ONU

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, condenou os ataques e classificou a ação como uma violação da Carta das Nações Unidas. Ele cobrou uma resposta do Conselho de Segurança da ONU.

“Se o Conselho não agir, deverá explicar por que seus princípios são aplicados seletivamente em questões tão graves”, declarou Araghchi.
“Caso o regime de não proliferação nuclear colapse, a responsabilidade será do Conselho e do regime israelense.”

Israel defende ação e diz que alvo estava inativo

O governo israelense reconheceu o ataque e alegou que a instalação era inativa, com potencial para ser usada na produção de armas nucleares. Israel afirma que a ofensiva buscou impedir esse avanço.

O Irã, por sua vez, voltou a negar que tenha um programa nuclear com fins militares. Até o momento, inspetores internacionais e agências de inteligência não encontraram provas de que o país desenvolve armas nucleares.

Reator não estava ativo e não havia risco radiológico

A usina de água pesada opera há anos, mas o reator nuclear de Arak nunca foi concluído, devido à pressão internacional contra a proliferação de armas atômicas.

Segundo o diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, como o reator estava inoperante e não havia material nuclear armazenado, nenhuma consequência radiológica foi registrada após o ataque.

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