A região dos Campos Gerais, no Paraná, está se tornando um dos grandes polos industriais do Brasil, graças a investimentos bilionários da Klabin e da XBRI Pneus, em parceria com a chinesa Linglong Tire. Juntos, os dois projetos somam R$ 19,6 bilhões e prometem transformar a economia local, gerando empregos, movimentando a indústria e fortalecendo a posição do estado no cenário nacional.

Nova fábrica de pneus da XBRI movimenta R$ 6,7 bilhões em Ponta Grossa

O novo projeto da XBRI Pneus, com apoio da gigante Linglong Tire, é considerado o segundo maior investimento privado da história recente do Paraná. A construção da fábrica está prevista para começar em setembro deste ano, em um terreno de 1,4 milhão de metros quadrados, em Ponta Grossa.

Essa será a primeira unidade da Linglong na América do Sul. A empresa chinesa é a maior fabricante de pneus da China e lidera o mercado global na produção de pneus para veículos elétricos.

O investimento inicial de R$ 6,7 bilhões deve gerar 1,3 mil empregos diretos na primeira fase, podendo chegar a 3,5 mil vagas com a fábrica em plena operação.

Infraestrutura e cadeia produtiva prometem atrair mais R$ 4 bilhões

Além da planta principal, o projeto inclui infraestrutura complementar, como galpões industriais, centros de pesquisa e desenvolvimento, espaços de treinamento, além de hotéis e estruturas de apoio para colaboradores e executivos. A ideia é transformar o espaço em um verdadeiro ecossistema industrial, atraindo fornecedores e empresas do setor automotivo.

Estima-se que a chegada dessas empresas satélites pode movimentar até US$ 4 bilhões (cerca de R$ 22,5 bilhões) em receitas.

Parceria estratégica entre Brasil e China

Para o presidente da Invest Paraná, Eduardo Bekin, a união entre XBRI e Linglong é estratégica. “A XBRI atua no mercado de reposição de pneus, enquanto a Linglong fornece pneus para montadoras como Renault e Volkswagen, já instaladas no Paraná. É um casamento ideal para o setor”, afirmou.

Bekin explicou ainda que a Linglong avalia o mercado brasileiro há mais de uma década, principalmente por causa do crescimento dos veículos híbridos. “O Brasil é um país com um grande mercado consumidor e uma logística estratégica na América do Sul. Por isso, essa decisão representa um marco importante”, completou.

A Invest Paraná já iniciou negociações com outras empresas asiáticas do setor automotivo para ocupar o complexo industrial de Ponta Grossa, e quatro delas já estão em fase avançada de negociação.

Projeto Puma II da Klabin investiu R$ 12,9 bilhões em Ortigueira

O maior investimento privado da região até agora foi feito pela Klabin, com a expansão da fábrica em Ortigueira através do Projeto Puma II. Com um aporte de R$ 12,9 bilhões entre 2019 e 2023, a empresa ampliou significativamente sua capacidade de produção de papel e celulose.

A expansão foi dividida em duas etapas. Com a conclusão da segunda fase, a unidade passou a produzir mais de 900 mil toneladas de papel por ano.

Empregos e valorização da mão de obra local

As obras do Projeto Puma II geraram mais de 33 mil empregos diretos e indiretos ao longo dos anos. Além disso, a Klabin incentivou a contratação de trabalhadores locais e promoveu capacitação técnica nas comunidades de Ortigueira e Telêmaco Borba, fortalecendo o desenvolvimento regional.

Logística de ponta e integração com o Porto de Paranaguá

Com a expansão, a Klabin também construiu um terminal de contêineres ao lado da fábrica, criando uma conexão direta com o Porto de Paranaguá, o que melhora ainda mais a logística e a competitividade do setor.Paraná ultrapassa R$ 300 bilhões em investimentos privados desde 2019

Os grandes aportes da Klabin e da XBRI são exemplos do cenário favorável ao investimento no Paraná. Desde 2019, o estado já superou a marca de R$ 300 bilhões em investimentos privados, envolvendo a construção de novas plantas industriais e a ampliação de unidades já existentes.

Estratégia e ambiente de negócios fazem do Paraná um destaque nacional

Esse resultado é fruto de uma estratégia sólida implantada em 2019, que incluiu a criação da marca Paraná — um trabalho de branding institucional para destacar os diferenciais do estado em logística, infraestrutura, incentivos fiscais e qualidade de vida.

Programas como o Paraná Competitivo, além de agendas internacionais e missões comerciais, contribuíram para posicionar o estado como um dos destinos preferidos para grandes investimentos.

Geração de empregos em alta no estado

O reflexo disso aparece nos dados de emprego e renda. O Paraná fechou o primeiro trimestre de 2025 com uma taxa de desemprego de apenas 4%, a quarta menor do país, segundo a PNAD Contínua do IBGE.

Somente entre janeiro e abril, o estado gerou 79.914 novas vagas com carteira assinada, segundo o Caged. Esse desempenho coloca o Paraná como o terceiro maior empregador do Brasil no ano até agora.

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