O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou nesta semana que a taxação de criptomoedas pode ser uma alternativa viável para substituir o recente aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Segundo ele, a proposta está sendo avaliada com cautela, e ainda não há um acordo fechado.

Criptomoedas como saída para impasse fiscal

Durante uma entrevista, Motta classificou a proposta como “um caminho possível”, mas destacou que as discussões ainda estão em curso.

“Vamos trabalhar para encontrar uma solução ainda nesta semana. Teremos reuniões com Fernando Haddad entre hoje e amanhã”, afirmou.

O presidente da Câmara deve se encontrar com o ministro da Fazenda ainda nesta terça-feira (4) para discutir mais a fundo as alternativas viáveis à medida fiscal proposta.

Cautela nas declarações e impacto econômico

Motta evitou antecipar detalhes e adotou uma postura de prudência:

“Prefiro alinhar tudo antes de dar qualquer informação que possa gerar ruído. São temas sensíveis e que impactam diretamente a economia.”

Na semana anterior, o deputado havia estabelecido um prazo de 10 dias para o governo apresentar propostas alternativas ao aumento do IOF. Caso isso não ocorra, a Câmara poderá votar um projeto que revoga o decreto atual.

Outras possibilidades em análise

Paralelamente, também há movimentações para modificar o projeto que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda, sob relatoria do ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL). Uma das ideias em discussão é cortar o volume de renúncias fiscais do governo federal — hoje em torno de R$ 691 bilhões.

O líder do PP, Doutor Luizinho (RJ), comentou que o partido propôs um corte linear nas renúncias, preservando o Simples Nacional. O percentual exato de corte, no entanto, ainda está sendo negociado.

Aumento do IOF gerou forte reação do mercado

O decreto publicado recentemente elevou o IOF sobre operações com cartões no exterior (crédito, débito e pré-pagos) de 3,38% para 3,50%. Já a compra de moeda estrangeira em espécie passou de 1,10% para 3,50%.

Inicialmente, o texto também previa a cobrança de 3,5% sobre a remessa de recursos para investimentos no exterior — ponto que gerou forte reação negativa entre investidores e instituições financeiras. Após críticas, o governo voltou atrás e manteve a isenção para esse tipo de operação.

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